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sábado, 26 de novembro de 2011

Milionésimo artigo...

Universidade Federal de Pelotas
Geografia Lic. Plena,Turma 1 - 2º Semestre
Professora Érica Megiato
Marco
GEOGRAFIA DA POPULAÇÃO

           Apenas com a intenção de declinar sobre conceitos básicos utilizáveis na Geografia contemporânea para que se consiga tecer as devidas críticas à política aplicada ao nosso país inicio este artigo referindo-me a parte social da Geografia da População.
           Em primeiro momento devemos entender que População refere-se ao número de habitantes de determinado lugar. Quando este número superar um milhão de habitantes, afirmamos que o país é populoso. A população relativa ou densidade demográfica é a relação entre a população absoluta e a área do território, por ela ocupada. Se este número for igual ou superior a 100 hab/Km², afirmaremos que o país é povoado.
            Pegamos como exemplo o Brasil, com população aproximada de 190 milhões de habitantes divididos pela área do território (8500 milhões Km²). Chegaremos a um número arredondado de 23 hab/km².
            Nossa primeira conclusão é de que o Brasil é populoso e pouco povoado.
            Nosso próximo entendimento é sobre Ecúmeno, que nada mais é do que uma área ou região onde a natureza favorece ou estimula a presença humana. No Brasil, serve-nos de parâmetro o Sudeste brasileiro, que devido à imigração, principalmente de nordestinos, que atraídos pela ilusão de emprego, alimentação e vida digna, se estabelecem, encontrando-se hoje, esta região, saturada rezando pela inversão do fluxo, baseada na suposta atitude governamental, de redistribuição de renda.
           Em oposição ao Ecúmeno, temos o Anecúmeno, que nada mais é do que uma região inóspita, dificultando ou impedindo a presença humana. Voltando ao fato, de que determinadas regiões, atraem os menos favorecidos, tendo como resultado o caos social e o inchaço das metrópoles, vamos nos basear nas expressões geoeconômicas criadas para estabelecer a linha da pobreza de uma população que é dada por todos aqueles que vivem com até um dólar por dia (US$/dia), que seriam a superpopulação,o superpopuloso, o superpovoado. Em 1990 a ONU criou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), para avaliar quantitativamente os países. O IDH varia de 0 até 1, sendo assim classificado:
·         Baixo: de 0 até 0,4999
·         Médio: de 0,5 até 0, 7999
·         Alto: de 0,8 até 1,0.
           São utilizados os seguintes critérios para realizar tal análise:
1.      Social: expectativa média de vida ao nascer (esperança de vida ou longevidade);
Ex: Natalidade, mortalidade infantil, nutrição, habitação e saneamento.
2.      Educacional: com peso 2 a taxa de alfabetização que é dada por todos os alunos que possuem 15 anos ou mais; com peso 1 a taxa de escolarização independente da idade matriculados em qualquer nível de ensino ( segundo IBGE, é alfabetizado quem tem a 4ª série do ensino fundamental completo), sabendo-se que quem tem entre a 1ª e a 4ª chama-se analfabetos funcionais.
3.      Econômico: renda per capita RpC=   PIB
                                                         P.ABS                                                
           Entenda o PIB como a soma de todas as riquezas produzidas ao longo de um ano pela economia. O ideal no Brasil é usar o Rp CC, que consiste na Renda Por Capacidade de Consumo. O IDH brasileiro é 0,6999, deixando o nosso país em 73º no ranking mundial, ficando atrás de Chile e Argentina, por exemplo. Há o IDH- D, que é o índice ajustado à desigualdade.
           Nota-se outra importante constatação. Sendo o Brasil, o impulsor da América pobre, saltando ao mundo, como redentor, oferecendo ajuda para outros países, surgindo nos discursos politiqueiros, à afirmativa chegada ao grau de “país do futuro”, como podemos explicar ficarmos em tão pífia colocação?
           É difícil a explicação, mas uma constatação pode ser feita. Hoje possuímos nas Classes “C eD”, nossa base consumidora, que adquire através de um crédito facilitado, que esconde um juro abusivo, fazendo à nós, parecer que aumentamos o nosso poder aquisitivo, mas na verdade estamos criando uma bolha. Seguimos tão pobres, quanto antes, com a diferença de estarmos empobrecidos assistindo uma TV LCD, ou passeando em um veículo financiado em 72 vezes.


            Crescimento da população.
a-      Crescimento natural ou vegetativo;
É a diferença entre a taxa de natalidade e a de mortalidade.
Taxa de natalidade nº de nascimentos vivos multiplicados por mil e divididos pela população absoluta.
Taxa de mortalidade= nº de óbitos vezes 1000, divididos pela população absoluta.
            Pode ser explosão, transição ou implosão. Brasil está na característica transição, que em suma significa que estamos envelhecendo. Seria por conscientização, ou por necessidade?
            As mulheres necessitam trabalhar, para contribuírem na renda familiar, faltando tempo, para terem e cuidarem de filhos. A necessidade deste novo arranjo social acarreta na evidente diminuição da taxa de natalidade. Só que neste fato, é que esta o que nos interessa. Em determinadas regiões, o atraso e a falta de opção, ainda atrelam a mulher, na condição sujeita a mercê da falta de controle verificando que em regiões de extrema penúria, ainda é alta a taxa de natalidade. Onde mais se precisa de controle, é onde menos se tem. A estatística é a arte de maquiar uma grande mentira, faz-se uma média, chegando a uma conclusão, que não condiz com o macro.
            Só para um conhecimento geral há a implosão; exemplo decorrente na Europa, principalmente a Rússia. A implosão dá-se a um crescimento populacional inferior a 1%.A licença maternidade na Finlândia é de 8 a 36 meses, tudo para tentar reverter o quadro de implosão demográfica.  
b-      Crescimento por migração...:
Emigrante ( expulsão) e imigrante( atração).
            Causas das migrações:  econômica, política, religiosa e física/ natural ou primitiva.
            Migrações no Brasil
            Em 1808 começa a história do Brasil quanto às migrações, com a vinda da Família Real. Em 1824 etnia branca, loura e de olhos azuis transparentes (os alemães), estabelecem-se nos vales dos rios Itajaí( SC) e Sinos, Caí, Taquari, Jacuí, Pardo e Ratos (RS), vieram na condição de ocupar, povoar e colonizar.
            Já em 1875, tivemos a chegada dos italianos. Cabe salientar o que chamamos de M-O-A( mão de obra assalariada), utilizada no cultivo do café no planalto paulista. A Inglaterra força a criação da classe assalariada no Brasil. Um dos  objetivos era livrar-se do excedente populacional e criar assalariados consumidores de seus produto.
            Ou mato ou morro. No mato, alemães ocupando a mata ciliar, ou seja, junto ao rio. No Morro, 50 anos depois, chegam os italianos sem espaço na beira do rio, resta subir a serra.
            Neste ponto devemos nos perguntar do motivo que fez a política favorecer a necessidade externa, em detrimento da questão dos Negros alforriados. O que pensaram à época?
            No ano de 1934 surge a lei de cotas que resulta na primeira legislação que visa restringir o ingresso de novos imigrantes no Brasil; somente poderiam ingressar a cada ano 2% de cada etnia sobre o total que ingressara nos últimos 50 anos, preferencialmente homens, jovens, agricultores que não tivessem um passado político partidário nos seus países de origem.
            Este trecho acima remete ao entendimento de que, quando há a premente necessidade, somos tolerantes, visto que o imigrante acaba por se sujeitar a qualquer salário e a qualquer trabalho. Para inferiores, trabalhos inferiores. Até a década de 80 o que era tolerância transforma-se em intolerância. Devido a revolução técno-científica cuja base foi a informática que criou novas atividades econômicas (ex: telemática, robótica,mecatrônica,micro eletrônica, bio-tecnologia, engenharia genética), que aceleram a formação de lucro mas também do desemprego. Ocorre o que denominamos de desemprego estrutural, pois somos substituídos por novas tecnologias, constituindo no mais grave de todos. Há o desemprego conjuntural, que é passageiro, geralmente motivado por uma crise. Desemprego Institucional é o desemprego provocado pelo Estado. O que move o mercado é o Capital especulativo e produtivo. Ambos são aceitos. Capitalismo produtivo investe recursos para gerar novos empregos, salário. Capitalismo especulativo não gera empregos, tendo como base a bolsa de valores.
            Duas situações podem ser verificadas, primeiro é que o prognóstico sugere um aumento no índice de desempregados, visto que a tecnologia evolui cada vez mais, numa voracidade de causar medo. Em segundo, me resta a dúvida se o governo não está incentivando a ociosidade e despreparo, com os tais “bolsa isto, bolsa aquilo”. Há quem se acomode com este auxílio, virando uma párea no processo evolutivo.        Encorajo-me em dizer que este mecanismo implementado pelo governo, serve apenas para manter a elite, dominando as melhores colocações no mercado de trabalho.Basta ler O Príncipe de Maquiavél.
            Principais movimentos migratórios:
            Êxodo Rural tem como causa, entre outras, a mecanização da agricultura.Seria a expulsão do campo e pelo campo e a atração da cidade e pela cidade. Suas consequências foram a explosão demográfica, aumento da M-O-B-E (MÃO DE OBRA BARATA E EXCEDENTE). Entenda que excedente é igual desemprego e agravamento dos problemas urbanos: macrocefalia urbana (crescimento acelerado e desordenado da cidade), a hipertrofia do terciário e a favelização da cidade.
            Migrações pendulares – hoje o mais importante movimento migratório que ocorre nas cidades. Observado entre o centro e a periferia. Mora-se aqui, trabalha-se lá. Exemplo típico é dos bóias-frias.
            Migrações sazonais  ou transumância – exemplo a pecuária no pantanal, que obriga a movimentação, devido cheia. Outro exemplo eu daria, como o período de veraneio no Cassino.
Destes movimentos migratórios, o êxodo rural abre caminho para o agronegócio, gerenciado via de regra, por multinacionais, que através dos royalties, determinam o preço de mercado. Já o migratório pendular, consiste em uma forma de sempre manter o proletariado sem um norte, uma referência, visto que torna-se difícil o vínculo com o seu “chão”, dificultando ainda mais o seu crescimento e, em muitos casos, deixando-os desamparados nas mãos opressoras de patrões inescrupulosos, que praticam a escravidão.
            Para o encaminhamento da parte final deste artigo, é importante ter uma noção das teorias demográficas.
a)      Thomas Robert Malthus: inglês, economista que em 1798 publicou ensaios sobre o princípio da população. Lei dos rendimentos decrescentes Lei dos rendimentos decrescentes.

Neo-malthusianos ou pessimistas- surgem pós 2ª guerra mundial, especialmente na década de 50 e 60, com a seguinte afirmação: O rápido e acelerado crescimento demográfico observado nos países( subdesenvolvidos) em desenvolvimento é a principal causa que dificulta ou impede que tenham crescimento econômico. (O elevado número de filhos que temos é o principal causador de nossa pobreza). A solução proposta pelos neo-malthusianos é o controle da natalidade, através de meios ou métodos que seriam o uso de anticoncepcional, DIU/laqueadura e aborto. Controle de natalidade e planejamento familiar são opostos, nunca sinônimos.
            Outra situação agregada devido o fluxo migratório direcionado ás cidades, que ocorre aqui no Brasil é o I.S.I (mão de obra barata para a industria). Industrialização para a substituição de importações. É o fenômeno oposto do que ocorre nos Grandes Tigres Asiáticos, denominado I.O.E (industrialização orientada para as exportações).
            A reação ou oposição aos neo-malthusianos são denominados de reformistas ou otimistas; afirmam que a redistribuição de renda promove a melhoria qualitativa de vida nos aspectos de saúde, alimentação e educação que levam ao planejamento familiar.
            No caso do Planeta Brazilis, necessita-se também de uma efetiva ação por parte do governo, empregando de forma correta (honesta) os recursos. Nosso Sistema Único de Saúde seria cômico, se não fosse trágico. Nossa educação pública está longe de ser uma referência positiva, havendo além da falta de estrutura e material, uma classe defasada em muito(me refiro aos professores, que não ganham o merecido). Sei que alguém, dotado de um pensamento brilhante, vai me contestar dizendo que outras tantas classes profissionais percebem um rendimento abaixo do que seria correto. Só que devemos entender que a saída para um país é a educação e que eles (professores), preparam nossos filhos. Se lá em cima do texto, foi relatado o desemprego devido a evolução tecnológica, mais necessário se faz, a oportunidade de ter uma educação alicerçada, servindo de estrado para a inclusão no mercado de trabalho.
             Estrutura da população:
             Em 1942 Collin Clarck fez a seguinte classificação: primário são todas as atividades relacionadas à exploração da terra; agricultura, pecuária e o extrativismo animal, vegetal e mineral. A extração de petróleo é considerada uma atividade do  setor secundário ( indústria). Setor secundário são todas as atividades de transformação, desde as mais simples até as mais complexas, são consideradas atividades industriais. Setor terciário: Caracterizada pela oferta de bens (comércio) e prestação de serviços; atualmente é considerado o mais importante setor de atividades econômicas. Recentemente surgiram os seguintes setores: quarternário ou terciário moderno. Tal setor surge com a revolução tecnocientífica  que teve início na década de 70 e cuja base foi a informática, que criou novas atividades econômicas, exemplo: a mecatrônica, robótica, telemática, bio tecnologia, engenharia genética, micro-eletrônica, etc; que se por um lado aceleram a formação do lucro, por outro lado acentuam o desemprego formal/estrutural. Quintenário:resultam de investimentos que são feitos em universidades, centros e institutos de pesquisas na busca do desenvolvimento de novas tecnologias que possam ter finalidade econômica.
Nova classificação das atividades econômicas
·         1º setor: capital privado que objetiva lucro.
·         2º setor: capital público, necessitando investimentos do estado em infraestrutura econômica e social.
·         3º setor: O.N.G’S.
             Particularmente, pouco me chama a atenção, este cabedal de definições,sobre
os setores produtivos. O principal é entender que o enfraquecimento do setor referente a agricultura, impulsiona o desarranjo sócio-econômico.
             Como foi colocada no início do artigo, a ideia era deixar fluir uma discussão.       
             Nem todo o assunto tem uma conclusão definitiva. Há quem observe com olhos xenofóbicos, há os vinculados com o social, há os capitalistas, há estes, há aqueles. E assim, semelhante a um cão que corre atrás do próprio rabo, ficamos nós, acadêmicos, divagando os problemas. Cada qual faça a sua análise e nas rodas de bate-papo, defendam suas ideias. É hora de sair da sala de aula e partir para a vida.



Bibliografia
Nenhum livro específico.
Apenas o que foi repassado nas aulas. Darei o crédito para o Professor Álvaro.



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Conceito de Região

Universidade Federal de Pelotas
Licenciatura em Geografia – Conceito de Região
Profª. Érica Insaurriaga Megiato

Fichamento do texto de Paulo Cesar da Costa Gomes - Professor do Departamento de Geografia, UFRJ.
1.      Objetivos
O artigo fichado tem como objetivo, nas palavras do autor, realizar uma compreensão objetiva dos conceitos referentes à noção de região. Para isso trabalhará com os diferentes conceitos de região e suas operacionalidades.
2.      Justificativas
O autor justifica a abordagem da temática pelo fato de estar dentro desta visão, à necessidade de discernir os sentidos diferentes, existentes na noção de região nas diversas esferas onde ela é utilizada, no senso comum, como vocábulo de outras disciplinas.
3.      Súmula das ideias principais de cada item
No início o artigo divide-se em três partes. A primeira comenta um breve histórico sobre o conceito de região, buscando captar a perspectiva central a partir da qual evoluiu este conceito. A segunda discutiu algumas críticas fundamentais sobre as diferentes formas de considerar o conceito na Ciência Geográfica. Na última, analisam-se algumas das alternativas de reconsideração deste conceito no âmbito da Geografia e das demais ciências humanas e sociais. Este artigo não pretende ser uma referência básica para os especialistas do tema, mas tão somente um ponto de partida para estudantes e profissionais para os quais o conceito de região não consta como central nas disciplinas que fornecem a base dos seus cursos. É notório que os conceitos que consagram a dimensão espacial tornam-se cada vez mais considerados pelos cientistas sociais e planejadores, mas é fácil perceber também que estes profissionais, em grande parte, não estão considerando devidamente os avanços teóricos, conceituais e metodológicos que vem ocorrendo na Geografia. Assim, este artigo pretende divulgar e comentar discussões e considerações que corroboram aqueles avanços, no que se refere ao conceito de região. A partir de seu breve (porém cansativo) histórico sobre o conceito de região, Gomes chega a três grandes conclusões: o conceito de região permitiu, em grande parte, o surgimento das discussões políticas sobre a dinâmica do Estado, a organização da cultura e o estatuto da diversidade espacial; o debate sobre o conceito permitiu também a incorporação da dimensão espacial nas discussões relativas à política, cultura e economia, e no que se refere às noções de autonomia, soberania, direitos, etc; e, por último, foi na Geografia que as discussões atingiram maior importância, já que região é um conceito-chave desta ciência.

4.      Exemplos que auxiliam o entendimento

Ao longo do texto foram apresentados conceitos que auxiliaram o entendimento tais como a distinção de pelo menos três grandes domínios nos quais a noção de região está presente.
·         O primeiro é a própria “linguagem cotidiana do senso comum”. Aqui os princípios fundamentais são o de localização e extensão. Emprega-se expressões como “a região mais pobre”, “a região montanhosa”, ou  “a região da cidade X”. Percebe-se que os critérios são diversos, não há precisão nos limites e a escala espacial também varia bastante.
·         O segundo domínio é o administrativo, ou seja, a região é vista como uma  unidade administrativa.  Sabe-se que desde o fim da Idade Média “as divisões administrativas foram as primeiras formas de divisão territorial presentes no desenho dos mapas”. Nesse caso, a divisão regional é a base para definição e exercício do controle na administração dos Estados e de suas sub-unidades, quando for o caso. É preciso destacar que muitas vezes empresas e instituições (como a Igreja Católica) utilizam os recortes para delimitação de circunscrições hierárquicas administrativas.
·         O terceiro domínio é o das “ciências em geral” nas quais o emprego da noção de região associa-se também a idéia de localização de determinados fenômenos. Aqui, o emprego resguarda a etimologia, pois região é vista com “área sob um certo domínio ou área definida por uma regularidade de propriedades que a definem”

5.      Principal conclusão
Como conclusão o autor apresenta os debates e discussões sobre o conceito de região tendo eles, como bastante antigos no âmbito da Ciência Geográfica. Ao contrário, nas demais ciências humanas e sociais, nas quais o tema sempre foram pontuais, localizadas, importando mais à algumas “Escolas” e disciplinas, e ganhando ou perdendo importância de acordo com determinadas conjunturas históricas. O contexto atual corresponde a um destes momentos dentre os quais o conceito de região  ganhou importância. Isso porque, a globalização torna mais complexos os processos de regionalização e algumas alternativas e possibilidades do conceito de região passam pela consideração da região – enquanto fração do espaço geográfico catalisadora de determinadas relações e convenções - como um ator social fundamental na transformação de comunidades regionais e locais.
Não é improvável, que esta nova perspectiva de considerar a região, possa ser aplicada aos estudos históricos, o que poderá demonstrar que determinadas transformações histórico-geográficas dependeram de uma que a presença do homem concretamente como ser natural e, ao mesmo tempo, como alguém oposto a natureza, promoveu/promove profundas transformações na natureza mesma e na sua própria natureza. Isto exige uma reflexão efetiva sobre o que é natureza hoje.
6.      Contribuições do artigo científico diante do tema

Vou tornar esta parte, um desabafo, mesmo que acarrete prejuízo na nota final. Julguei neste artigo, enfadonho, assemelhando-se ao modo tecnicista, típico da doutrina alienadora que corrobora para um entendimento elitista.
7.      Referências bibliográficas mais importante
GOMES, Paulo C. da C.  O conceito de região e sua discussão. In: CASTRO, Iná E.;
GOMES, Paulo C.; CORRÊA, Roberto L.  Geografia: conceitos e temas. Rio de
Janeiro, Bertrand Brasil, 1995, p. 49-76.


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Alfabetização Tecnológica do Professor

Alfabetização Tecnológica do Professor

O conceito de alfabetização tecnológica do professor dos ensinos fundamental e médio é um tema atual e complexo e contribui para a atribuição de significado e amplitude ao processo de preparação do professor no que se refere ao mundo da tecnologia, e poderá servir como base para que cursos de formação de professores orientem a prática pedagógica deste profissional no tocante à sua relação com a sociedade tecnológica.
As tecnologias foram cada vez mais se aperfeiçoando ao longo do tempo, e a escola, como instituição responsável pela formação básica do cidadão, precisa também se fazer uma autocrítica sobre este assunto, pois já que cercados estamos pelas tecnologias e pelas mudanças que estas acarretam no mundo, precisamos pensar em uma escola que forme cidadãos capazes de lidar com o avanço tecnológico, participando dele e de suas conseqüências. Porém, sabemos que esta capacidade se forja não só através do conhecimento das tecnologias existentes, mas também, e talvez principalmente, através do contato com elas e da análise crítica de sua utilização e de suas linguagens.
Para tal tarefa, a escola e seus profissionais devem se apropriar do conhecimento sobre estas tecnologias, tanto daquelas mais ligadas à comunicação em massa, como as que já se convencionou usar perante a educação (Leite, 1994), ou ainda das tecnologias que servem a variados fins e que podem, na medida do possível, ser utilizadas pedagogicamente.
O papel da educação deve voltar-se também para a democratização do conhecimento, produção e interpretação das tecnologias, suas linguagens e conseqüências. Porem torna-se necessário preparar o professor para utilizar pedagogicamente as tecnologias na formação de cidadãos que deverão produzir e interpretar as novas linguagens do mundo atual e futuro. É este o sentido de defender a necessidade da alfabetização tecnológica para o professor e, sabemos que a alfabetização tecnológica não pode ser compreendida apenas como o uso mecânico dos recursos tecnológicos, mas deve abranger também o domínio crítico da linguagem tecnológica.
Hoje se discute o avanço tecnológico, com suas transformações, ou como é referido por alguns autores, utilizando-se dos termos “transição” e “revolução tecnológica”, definindo este momento histórico.
Há um cabedal de aplicações para as novas técnicas surgidas. Como exemplo, cito alguns: automação industrial, informatização de serviços financeiros e administrativos entre outros.
A grande preocupação dá-se à área da educação, que busca um posicionamento entre tentar entender as transformações, repassando o conhecimento pedagógico, auxiliando o homem a ser sujeito da tecnologia.
Os entendimentos sobre a revolução tecnológica nos remetem ao paradigma entre homem e tecnologia, baseando-se na tentativa de diferenciar a sociedade industrial da sociedade atual. O trabalho primordial dos educadores, é o de formar homens críticos, que não assimilem de forma passiva a situação excludente, que o avanço pode trazer, tendo como base a selvageria capitalista.
Após a Segunda Guerra mundial, percebemos uma aceleração no desenvolvimento tecnológico, modificando a sociedade, quebrando com antigos conceitos, enraizando-se principalmente na forma dinâmica apresentada nos meios de comunicação.
Há de se salientar, a eliminação das barreiras físicas e temporais, facilitando a troca de ideias, que em contra partida, fomenta a manutenção do modelo capitalista. Milton Santos já fazia referência a globalização, tendo como pano de fundo, o estreitamento das relações de capital. Esta quebra de barreiras, propiciam o entendimento holístico, representado pela análise macro, não mais isolada.
Ainda seguindo na questão da tecnologia da comunicação, em um trecho, há a referência sobre a citação de Eles e Moran (1992), pondo a linguagem  imagética dos meios eletrônicos, mais apreciável aos jovens, do que a linguagem escrita. Os educadores devem perceber esta variante, trabalhando este contexto de forma a entender que há uma nova cultura audiovisual, urbana, que se expressa deforma dinâmica, possuindo várias faces.
Vimos que as inovações tecnológicas têm produzido transformação na organização social do trabalho, atingindo toda a sociedade, tornando-se prioridade estar inserido nova realidade, alterando o perfil do novo trabalhador exigido no mercado competitivo atual. Neste aspecto encontramos a contradição veemente, ditando a necessidade da preparação educacional, introduzindo e preparando este trabalhador para a disputa no mercado globalizado e capitalista, ao mesmo tempo que instiga a visão crítica capacitando-o ao pensamento desalienador, visando formar um “ser” social.
A educação pode ser entendida como uma condição social, influenciada pelas demais condições sociais, tendo a escola o papel político, comprometida com a luta contra as desigualdades sociais, transformando-se em espaço que proporciona o conhecimento visando proporcionar uma melhor condição de vida, almejando uma construção social mais ampla.
Em teoria a escola não pode restringir-se, tão pouco, ficar à margem das mudanças, impostas pela evolução tecnológica, trabalhando incessantemente para minimizar as desigualdades, utilizando-se de conceitos inovadores e práticas educacionais destinadas a promover a reflexão crítica, contando com educadores preparados, interessados na inclusão, não apenas formadores de mão de obra, mas sim, na formação de homens livres, possuidores de senso crítico, engajados na melhoria social.