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domingo, 14 de agosto de 2011

Resumo - Uma Escola para o povo (Maria Teresa Nidelcoff)


A autora inicia o livro com duas questões pertinentes:
·         O que somos e o que podemos ser dentro da sociedade?
·          Nós deixamos que os outros decidam por nós ou agimos criando a escola na qual acreditamos?
Expõe que somos parte um país e cumprimos uma função dentro dele, por isso o livro procura levar-nos a pensar e a tomar consciência de significado social e político de nossas atitudes de novos métodos e do conteúdo daquilo que ensinamos. No livro são distinguidos dois tipos de professores:
·         Professor-policial;
·         Professor-povo.
Com relação a:

1.    OBJETIVOS

Professor-policial:
· Manter a “disciplina” do grupo (alunos que obedecem sem questionar, uma disciplina puramente repressiva pelo fato de ser imposta);
· Priorização do fator intelectual (bom aluno sinônimo de boas notas);
· Cumprir sempre, tudo o que lhe for ordenado (condena a rebeldia e o espírito de luta, forma seres dóceis sempre dizem “sim”).

Professor-povo:
· Ajudar os alunos a verem a realidade com lucidez e espírito crítico (interpretar o sentido dos fatos);
· Ajudá-los a serem livres (dos preconceitos, dos temores, das superstições, da ignorância, do egoísmo, da timidez, da opressão, da miséria; ser livre significa ser capaz de expressar-se e de expressar seu mundo, significa também ser capaz de agir, modificando esse mundo);
· Ajudá-los a aprenderem a organizarem-se (para conseguir um objetivo é importante que aqueles que estão na mesma situação se unam e se organizem).
Objetivo Central: Visão crítica da realidade (ajudar o aluno a ver a realidade de uma maneira crítica, auxiliando este a se desenvolver como ser capaz de liberar-se das estruturas opressivas da sociedade atual).

2.    CONTEÚDOS

Conteúdos que são transmitidos na escola não são neutros expressam sempre uma ideologia e uma cultura (em geral esta ideologia e cultura são da classe dominante. Qual a postura dos professores diante deste contexto?).

Professor-policial:
· Universaliza a cultura burguesa (o professor repreende a criança que usa espontaneamente certos termos típicos de seu meio).

Professor-povo:
· Valoriza a cultura popular/a experiência (está atento para captar as manifestações da cultura popular e incentivar aquelas que sejam mais ricas e libertadoras; valoriza as expressões populares, a linguagem própria dos alunos; desmitifica a cultura burguesa como a correta, mostra que não há uma cultura e sim várias);
· Revisa os conteúdos ideológicos dos livros e textos (dá um novo enfoque, busca a verdade. Ex.: “O descobrimento do Brasil”);
· Preocupa-se com a funcionalidade dos conteúdos (busca aquilo que é útil para a vida e deixa de lado o que é inútil, ainda que seja tradicional estudá-lo).

3.    TRABALHO

Professor-policial:
· Autoritarismo (apenas o professor sabe e ensina);
· Sentido único de cima para baixo;
· Memorização;
· Dependência do professor (Ex.: a professora só tinha trabalhado algumas letras com sua turma, em uma atividade os alunos teriam que escrever algumas com as inicias das letras estudadas, um aluno já conhecia outras letras e usou palavras com estas letras. A professora disse que “não deveria usar as palavras, porque ela ainda não tinha ensinado” );
· Disciplina (o aluno tem que acatar ordens);
· Individualismo (o trabalho em grupos,quando existe, não passa de mais uma formalidade. As crianças não descobrem por que e por que trabalham em grupo.);
· Não se explora as capacidades (não se exige do aluno máximo de suas
possibilidades. Quando o aluno entrega um trabalho regular ou mau, não se pede que seja refeito, para que os erros sejam superados);
· Não existe auto-avaliação (não existe nenhum esforço de auto-avaliação, de modo que a criança comecem a tomar consciência de seus progressos e das dificuldades que devem vencer);
· Força-se o ritmo ( o importante é cumprir o programa, avança-se de assunto em assunto, não são retomado se necessário for).
Professor-povo:
· Partir sempre da observação e análise das situações reais e concretas (captar a
bagagem que os alunos trazem);
· Valorizar o verdadeiro trabalho em grupo (ensinar para o aluno que o grupo é uma unidade, todos devem participar de forma ativa e organizada);
· Disciplina não é um conjunto de normas que o aluno deve obedecer (disciplina é
aquela vivida pela comunidade educativa, e se expressa nas atitudes de seus membros, disciplina é sinônimo de trabalho, diálogo e respeito mútuo)
· Responsabiliza pela aprendizagem de cada criança (sabe-se que cada aluno tem seu ritmo de aprendizagem e o professor precisa respeitar este processo);
· Explorar as capacidades de cada um (exigir o máximo de rendimento, segundo a
capacidade de cada um, ensiná-las a fazer as coisas da melhor maneira que possam);
· Ajudar os alunos perceberem que estão criando cultura (na medida em que vêem a realidade e a expressam e se expressam a si mesmo, como o seu linguajar típico, suas tradições);
· Apoiar-se numa didática que cresce de baixo para cima (não ficar preso ao livro, o professor pode desenvolver uma didática baseada na realidade de sua turma).

4.    A AVALIAÇÃO E SEUS PROBLEMAS:

A avaliação/nota precisa ser enfocada como um processo de diagnóstico para que o professor possa verificar a eficácia de seu trabalho, porém tem estado relacionada com a qualificação (bom/mal) e promoção (passar/reprovar).
Professor-policial:
· Valoriza apenas os conhecimentos (leva em conta o que o aluno conseguiu
memorizar);
· Considera a avaliação patrimônio do professor (o aluno não pode questionar sua
nota/o professor não é avaliado);
· Avaliação é considerada como um fim em si mesma (no momento que a nota é dada, tem-se a impressão de que tudo acabou, a avaliação não é um fim, mas um meio para alicerçar a próxima etapa da aprendizagem, se determinada dificuldade  não foi superada é necessário retomar o assunto ).
Professor-povo:
· Avalia como um educador, não como um transmissor de informações (valoriza as atitudes do aluno, sua dedicação, seu esmero, sua responsabilidade, e não apenas a quantidade de perguntas acertadas numa prova);
· Conduz o aluno e o grupo a uma perspectiva de auto-avaliação (em provas colocar o valor de cada questão para que o aluno possa calcular sua própria nota; discutir com a turma os critérios a serem considerados na avaliação das exposições orais ou trabalho escrito);
· Respeita o ritmo de cada um (respeitar o tempo de aprendizado de aluno).

5.    RELAÇÕES COM OS PAIS DOS ALUNOS

Fala-se muito sobre a necessidade de cooperação entre pais e mestres, na pratica, no entanto, as relações muitas vezes estão frequentemente longe de serem harmônicas, muitas são as razões dessa falta de entendimento, entre elas podemos citar as razões de ordem sócio-cultural ligadas à forma de interpretar a realidade social e histórica.
Professor-policial:
· Considera a escola apolítica (ele não percebe ou não quer perceber as ideologias opressoras embutidas em muitas tarefas e “ritos escolares”, na medida em que este professor não trabalha para mudar, ajuda os que querem conservar);
· Não vê os pais como companheiros de trabalho (ver mais como um inimigo que
atrapalha);
· Sente que seu trabalho é um sacrifício e não é reconhecido;
· Se sente injustiçado pela responsabilidade do trabalho.

Professor-povo:
· Tem idéias claras sobre a realidade;
· Posiciona-se frente o papel político;
· Sente-se integrante da realidade dos alunos;
· Tem definidos os valores morais, pessoais e coletivos que aspira para a nova
sociedade.
Referência:
NIDELCOFF, Maria Teresa. Uma escola para o povo. [tradução: João Silverio Trevisan] 37 ed.São Paulo:
Brasiliense, 1994.

2 comentários:

  1. na verdade Teresa nos mostra um caminho a seguir, mudar, transformar....infelizmente diante de tantos meios de mudança de transformaçao da escola, acabamos por reproduzir as mesmas açoes de ser de um professor policial.
    jailson j. da silva

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