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sábado, 3 de setembro de 2011

Resumo para a prova de terça..Metodlogia


Período entre 1500 e 1549
A primeira grande ruptura travou-se com a chegada dos portugueses, ao território do Novo Mundo
O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.
O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos.
O primeiro ato de dominação educacional, rompendo de pronto, desde a sua chegada, com as condições de realidade, de vida e de costumes, dos habitantes que aqui estavam, ou seja, os indígenas.
Quer dizer que no momento em que os colonizadores, seguidos depois  pelos sacerdotes jesuítas, seguidos mais adiante pelos salesianos e franciscanos, começam a ensinar a doutrina cristã aos índios.
Dizer-lhes que a nudez é pecaminosa e que devem andar vestidos na mesma forma que os colonizadores, devem aprender outra língua, devem mudar seus costumes, devem comer de um modo diferente. Quer dizer, que tudo isso na verdade, para uma análise educacional significa uma dominação abrupta e um rompimento cultural, bastante sério.
Período Jesuítico
Educação relacionada com o que se pode chamar de reação aos ideais da Renascença Européia.
A educação Jesuítica tomou rumo elitista, aristocrata e colonizadora.
Ainda se percebe traços da educação Jesuítica,nos dias de hoje      ( em algumas escolas particulares).
Este modelo funcionou absoluto durante 210 anos, de 1549 a 1759, quando uma nova ruptura marca a História da Educação no Brasil: a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal. Se existia algo muito bem estruturado, em termos de educação, o que se viu a seguir foi o mais absoluto caos.
No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional.
Período Pombalino
Recebeu este nome, devido a expulsão dos jesuítas, visto  as diferenças de objetivos, ante o Marques de Pombal.
Pombal queria organizar as escolas para que servissem aos interesses do Estado.
A falta de estrutura, bem como a orientação por parte de professores leigos, marcaram este período.
Portugal logo percebeu que a educação no Brasil estava estagnada e era preciso oferecer uma solução. Para isso instituiu o "subsídio literário" para manutenção dos ensinos primário e médio. Criado em 1772 o “subsídio” era uma taxação, ou um imposto, que incidia sobre a carne verde, o vinho, o vinagre e a aguardente. Além de exíguo, nunca foi cobrado com regularidade e os professores ficavam longos períodos sem receber vencimentos a espera de uma solução vinda de Portugal.
Os professores geralmente não tinham preparação para a função, já que eram improvisados e mal pagos. Eram nomeados por indicação ou sob concordância de bispos e se tornavam "proprietários" vitalícios de suas aulas régias.
O resultado da decisão de Pombal foi que, no princípio do século XIX, a educação brasileira estava reduzida a praticamente nada. O sistema jesuítico foi desmantelado e nada que pudesse chegar próximo deles foi organizado para dar continuidade a um trabalho de educação.
Período Joanino
A chegada da família real portuguesa no Brasil marcou intensamente os destinos do Brasil e da Europa. Pela primeira vez na história, um rei europeu transferia a capital de seu governo para o continente americano
Com a vinda da família real para o Brasil teve início a educação superior pública pelo ensino médico, na Bahia e no Rio de Janeiro e pelo ensino militar. Foram igualmente criadas as Academias de Marinha e Militar e depois a Academia de Belas Artes. Prosseguiram as aulas régias de primeiras letras, de gramática latina e aulas maiores de matemática, agricultura e química. Museu, jardins botânicos, bibliotecas públicas deram suporte cultural às atividades de ensino.
Período Imperial
Neste período percebemos poucas instituições de ensino, verificando alguns Liceus províncias, nas capitais, colégios privados nas principais cidades e cursos normais em quantidade insatisfatória para a necessidade do país.
A educação não estava ao alcance de todos.

República velha
No Brasil, a monarquia enfrentava dificuldades em lidar com as mudanças econômico-sociais ligadas à crise do escravismo (as elites fundiárias se sentiam traídas pela abolição) e o início das relações capitalistas.
O quadro educacional não era diferente do Período Imperial. Os recentes estados brasileiros eram desiguais educacionalmente, pois pela constituição, os Estados da Federação ficavam responsáveis pela educação pública elementar (primária), e o Governo Federal responsável pela escola secundária e superiores.
Reforma Benjamin Constant: (1890)
Pela reforma ficava assegurado o ensino primário público e obrigatório, o que não foi concretizado devido ao numero insuficiente de escolas.
Reforma de Epitácio Pessoa: (1901)
A educação nacional deveria priorizar a formação secundária, visando consolidar a estrutura seriada do modelo educacional,
Reforma Rivadávia: (1911)
A Reforma de Rivadávia criou o vestibular do 3o grau, baseado nos exames parcelados, não exigindo comprovação de escolaridade anterior para a inscrição nestes exames.
Reforma Maximiliano: (1915)
A determinação de um conhecimento mínimo na escola só irá ocorrer com a Reforma
Maximiliano (1915) que tornou obrigatória a seriação dos estudos na medida em que impedia a realização de outras provas que não as constantes no currículo da série que o aluno estivesse cursando.
Reforma Rocha Vaz: (1925)
A Reforma Rocha Vaz, em 1925, tentou romper com a idéia dos preparatórios ou parcelados, deixando, como única opção educativa, o modo de ensino seriado, e forçando a continuidade e a articulação dos estudos obrigatórios.
Segunda República
A Segunda República iniciada nessa época, visava a renovação nacional, originando uma reforma educacional conhecida como Francisco Campos (Ministro de Educação e Saúde Pública) da época. Tal reforma fez surgir uma inovação pedagógica, conseguindo estruturar organicamente os ensinos secundários, comercial e superior entendendo constituição de universidades.                                           Organizou o ensino secundário, dividindo-o em dois ciclos: um fundamental, de 5 anos e outro complementar, de dois anos para determinadas carreiras,   ambos obrigatórios para o ingresso no ensino superior; e criou o ensino comercial (ensino médio profissionalizante). O ensino primário e o ensino normal não foram contemplados nessa legislação por serem de competência dos Estados.
Estado Novo
Para os estudantes oriundos das camadas médias e altas da sociedade o caminho era: cursar o primário, depois o secundário em seus dois ciclos (ginásio e colégio) e finalmente a profissionalização no ensino superior (tendo o Direito de cursar qualquer curso universitário). Para os filhos de famílias oriundas das camadas baixas o caminho era: conseguir uma vaga na escola pública (que não garantia matrícula para todos) e assim possivelmente cursar o primário (que contavam com um quinto ano, preparatório ao Exame Admissão ao ginásio – os que não eram considerados aptos neste exame não podiam cursar o ginásio), depois entrar no ensino secundário profissionalizante também em dois ciclos (o primeiro de quatro anos e o segundo de três anos) para enfim, poder cursar o ensino superior em uma cadeira correspondente a habilitação no ensino secundário.
Com a ênfase ao Senai, é preciso reconhecer aí a manutenção do sistema  de ensino, a legislação acabou criando condições para que a demanda social da educação se diversificasse apenas em dois tipos de componentes: os componentes dos estratos médios e altos que continuaram a fazer opção pelas escolas que “classificam” socialmente, e os componentes dos estratos populares que passaram a fazer opção pelas escolas que preparavam mais rapidamente para o trabalho. Isso, evidentemente, transformava o sistema educacional, de modo geral, em um sistema de discriminação social.
República Nova
Criação do SENAC.
Reforma geral da educação nacional.
Responsabilidade do Estado quanto à educação, inspirados nos educadores da velha geração de 1930, e a participação das instituições privadas de ensino.
Prevaleceu as reivindicações da Igreja Católica e dos donos de estabelecimentos particulares de ensino no confronto com os que defendiam o monopólio estatal para a oferta da educação aos brasileiros.
Regime Militar
Espelhou na educação o caráter antidemocrático de sua proposta ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes foram presos e feridos nos confronto com a polícia e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar
Foi criado o vestibular classificatório.
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização, aproveitando-se a didática do expurgado Paulo Freire. O MOBRAL se propunha a erradicar o analfabetismo no Brasil
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971 foi marcante ao tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante.
Período de Abertura Política: 1985 até 1996
No fim do Regime Militar a discussão sobre as questões educacionais já haviam perdido o seu sentido pedagógico e assumido um caráter político. Para isso contribuiu a participação mais ativa de pensadores de outras áreas do conhecimento que passaram a falar de educação num sentido mais amplo do que as questões pertinentes à escola, à sala de aula, à didática, à relação direta entre professor e estudante e à dinâmica escolar em si mesma. Impedidos de atuarem em suas funções, por questões políticas durante o Regime Militar, profissionais de outras áreas, distantes do conhecimento pedagógico, passaram a assumir postos na área da educação e a concretizar discursos em nome do saber pedagógico.
Mesmo que possamos não concordar com a forma como foram executados alguns programas, temos que reconhecer que, em toda a História da Educação no Brasil, contada a partir do descobrimento, jamais houve execução de tantos projetos na área da educação numa só administração.
O mais contestado deles foi o Exame Nacional de Cursos e o seu "Provão", onde os alunos das universidades têm que realizar uma prova ao fim do curso para receber seus diplomas. Esta prova, em que os alunos podem simplesmente assinar a ata de presença e se retirar sem responder nenhuma questão, é levada em consideração como avaliação das instituições. Além do mais, entre outras questões, o exame não diferencia as regiões do país.
A Educação no Brasil: 1996 - 2002.
Durante os muitos anos que se seguiram, o Congresso e os grupos interessados discutiram uma nova Lei da Educação, que acabou sendo aprovada em 1996, dando, em princípio, muito mais liberdade e flexibilidade para as instituições educacionais em todos os níveis para montarem seus próprios conteúdos programáticos e para gerenciarem seus próprios assuntos.
A Educação do Brasil de 2003 até os Dias de Hoje
Criação do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica)
Na área do ensino superior, o Prouni (Programa Universidade Para Todos) foi o maior programa de bolsas de estudo da história da educação brasileira. Em 2005, o ProUni ofereceu 112 mil bolsas de estudo em 1.412 instituições em todo o país. O governo também criou 9 universidades públicas federais, interiorizando o acesso à educação pública gratuita.
O Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu 295 objetivos para nortear o planejamento da educação no Brasil, da creche à pós-graduação, até 2010. Mas às vésperas de chegar ao fim, muito deixou de ser cumprido
Desenvolvimento
A referida obra, é dirigida a professores que pretendem dar a seus alunos instrumentos para a análise da realidade e iniciá-los na experiência da reflexão e da ação em grupo.
O papel do professor é ajudar as crianças a:
·          Ver e compreender a realidade;
·          Expressar a realidade;
·          Expressar-se;
·          Descobrir e assumir a responsabilidade de ser elemento de mudança na realidade.
Isto se fundamenta numa visão do homem como ser histórico que se realiza no tempo.
Crescer, portanto, significa se localizar com lucidez, no tempo e nas circunstâncias em que vive, para chegar a ser verdadeiramente homem, isto é: indivíduo capaz de criar e transformar a realidade, em comunhão com seus semelhantes.
A história pedagógica brasileira sempre atribuiu a questão do fracasso escolar à criança e à família. Significa que a criança é problema, os pais são um problema. Exemplo: “A criança é desatenta, a mãe é alcoólatra”, etc.
Outra explicação dada está ligada a cultura, na tentativa de provar o fracasso escolar das crianças nas zonas de periferia, seria pelo déficit lingüístico, onde o vocabulário da criança é bastante escasso. No entanto, em pesquisas realizadas, esta hipótese foi invalidada por apresentar uma denotação preconceituosa.
Numa análise mais geral demonstra-se colocar no aluno, a grande culpa e, por uma leitura normal, o próprio aluno vai se sentindo culpado e a introjeta. A culpa projeta-se sobre o aluno e a família, mas vai além, recaindo também sobre o professor e a instituição escola.
O fracasso, por sua vez, vai se acentuando, e a psicologia começa a trabalhar as “faltas”, as “carências”, tentando responder a questão.
“Por que as crianças pobres não aprendem?”
Várias alternativas são adotadas para auxiliar como recursos pedagógicos, entre elas estão: a neurologia, os programas de merenda escolar, as classes de reforço e as classes especiais, além de questionamentos sobre a cultura e o meio pobre como causa determinante.
A partir da década de 80, desenvolveram-se tentativas que não viam mais a pobreza como causadora do fracasso escolar, onde a criança não tem déficit. O que existem são diferenças, que não significam “deficiências”.
Atualmente alguns princípios são adotados onde a criança pobre aprende sim, se o professor acreditar que ela pode aprender e nela investir.
No caso de expectativas desfavoráveis do professor, é possível que a criança fracasse, não por sua incompetência básica, mas porque é isso que se espera dela.
O sucesso significa aceitação e afeto. O fracasso rechaça a perda deste afeto.
A observação do dia-a-dia escolar tem revelado uma realidade preocupante com posições cristalizadas, causando crenças preconceituosas, sem consistência, que por um estranho poder se disseminam rapidamente como epidemia entre os professores.
Assim, o importante é que o sistema escolar deve levar em conta uma ampla gama de diferenças individuais existentes, como respeito às necessidades de cada um.
Nesses termos talvez se possa afirmar: o êxito em alfabetização é um processo que deve ter início na mente do professor.
Todos os anos as escolas recebem um grande contingente de alunos. Tais crianças trazem consigo experiências de realidades diferentes que a escola, por sua vez, procura nivelar, ignorando que as crianças não são iguais. Para algumas, a escola é uma parte das atividades de formação, é a continuidade de sua casa. Para outras, a escola é tudo. A desigualdade se estabelece logo que a criança chega à escola.
O que se pode constatar é que a maioria de nossas escolas está distante da realidade dos alunos e, ao considerá-los num mesmo nível, deixa de valorizar a experiência que cada um traz consigo, criando assim uma situação de inferioridade.
Segundo Maria Teresa Nidelcoff  “As crianças provenientes das classes mais pobres geralmente vivem uma permanente situação de inferioridade em relação aos seus colegas das classes mais privilegiadas”.
A escola tradicional trata a todos da mesma maneira, todos devem ter os mesmos livros, o mesmo material, ter o mesmo ritmo de trabalho, todos devem aprender as mesmas palavras. Todos devem adquirir os mesmos conhecimentos, devem fazer as mesmas avaliações.
Conseqüentemente, como se pode querer que todos tenham o mesmo percentual de aprovação se cada um é uma pessoa diferente, uma individualidade, com suas aptidões e dificuldades inerentes ao seu ser?
De acordo com Rochefort (1976) “A criança em desenvolvimento, essa força da natureza, essa exploradora aventurosa, é mantida imóvel, petrificada, confinada, reduzida à contemplação das paredes, enquanto o sol brilha lá fora, obrigada a prender a bexiga e os intestinos, seis horas por dia, exceto alguns minutos de recreio, durante sete anos ou mais”. ( acrescentei, por julgar importante no entendimento do conceito).
Uma escola que não percebe essas diferenças e não apresenta nenhuma atividade ou estímulo intelectual e social, só poderia levar a um índice de fracasso (reprovação/evasão) maciço.
Portanto, torna-se necessária a transformação do ensino para uma nova prática em que as pessoas envolvidas passem a entender e a respeitar a aprendizagem sob o ponto de vista da própria criança e não mais sob o enfoque do adulto, onde ela se torne o agente de seus processos de conhecimento.
Partindo do conhecimento adquirido através da observação do meio circundante, conhecimento esse ainda não sistematizado, o aluno deve ter oportunidade de contribuir para a elaboração de um arcabouço formado por idéias, conceitos e categorias que lhe permitam interpretar, de forma cada vez mais profunda, a realidade que o cerca.
Nesse esforço, professor e alunos devem trabalhar juntos, sempre em cooperação. O professor, ao invés de expor o conteúdo ou de apresentar uma planilha pronta com as etapas da" pesquisa" que espera que os alunos cumpram, deverá ser o coordenador das atividades a serem realizadas por eles. Nessa função o professor organiza o trabalho, orienta a sua seqüência, fornece informações, demonstra técnicas, prove recursos, discute idéias, levanta dúvidas, avalia resultados. Enfim, envida todos os esforços para que os alunos atinjam os objetivos de seu trabalho.
No desenvolvimento do trabalho, o aluno precisa aprender a observar, a coletar dados, a compará-los e classificá-los, a estabelecer generalizações e inferir explicações. Todas essas operações fazem parte do pensamento científico, e precisam ser desenvolvidas na escola. Através da busca e manipulação de informações e dados o aluno começa a apropriar-se das formas de produção do conhecimento científico.
A aquisição desses conhecimentos e habilidades por parte do aluno dependerá de fatores como seu nível de desenvolvimento cognitivo, seu meio sócio-cultural e seu nível de segurança afetiva. A reação do aluno nas relações que se estabelecem na sala de aula depende desses fatores e de sua interação com o grupo e com o professor. Este seria o momento em que o professor deveria recorrer aos seus conhecimentos de psicologia para poder lidar melhor com seus alunos, fazendo-o com habilidade e sensibilidade.
Não é fácil lidar com adolescentes!   rsrsrsrsrs
Apesar de não acreditar em receitas pedagógicas para o ensino, saliento a seguir alguns pontos que me parecem relevantes para a organização do trabalho do professor:
·          Partir da reflexão sobre os alunos: quem são, onde moram, como é sua vida escolar, quais são seus anseios e dificuldades, como é sua vida familiar, qual sua condição social;
·          Procurar saber que conhecimentos específicos os alunos possuem;
·          Propor metas claras quanto ao ensino  a ser atingido durante o período letivo;
·          Elaborar um plano de trabalho juntamente com os alunos, tendo em vista as metas propostas;
·          Avaliar os alunos quanto ao seu desempenho e em função do processo desenvolvido. Quando se deseja desenvolver atitudes a mera verificação da assimilação de conteúdos é insuficiente e inadequada.
Através de sua própria prática, cada professor deverá buscar os caminhos que atendam às peculiaridades de sua realidade escolar, procurando soluções mais eficazes para lidar com os problemas próprios da situação, tomando-se um verdadeiro profissional na arte de educar.
Neste ponto ressaltaremos alguns procedimentos que me parece fundamental para o ensino crítico e científico.
Inicialmente, é necessário que o aluno aprenda a observar. A observação pode iniciar-se na escola e em seus arredores. Pode ser orientada pelo professor, que dá indicações a esse respeito. Como, por exemplo, o professor pode solicitar aos alunos que observem a variação de tonalidades em um perfil de solo. Nesse caso, trata-se da observação de aspectos da realidade in loco. Contudo, não se deve esquecer que os alunos também podem observar aspectos apresentados em fotos ou gravuras, em croquis ou em mapas.
Na observação é importante o aluno notar itens de caracterização de determinados fenômenos, como, por exemplo, ao observarem a foto de uma localidade urbana, podem identificar a distribuição do casario, as vias de circulação, as áreas comerciais, etc. Para chegar a conhecimentos geográficos pela observação, o aluno deve partir da identificação dos elementos observados (no exemplo acima: residência, ruas, avenidas, lojas, etc); assim poderá, depois, questionar a ocorrência desses elementos e a sua localização na cidade. ( pode ser traumático....devo rever este conceito...)
A partir da observação o aluno deve ser levado a estabelecer comparações, relacionando elementos de diversas ordens. Neste momento, ele deverá ser levado a definir critérios de classificação: aproximando ou empírico.
Neste momento os professores deveriam parar para refletir como têm respondido a esta questão em suas aulas. Pois o que ensinamos e como o fazemos reflete os objetivos que colocamos para nossa práxis( peguei da teatcher).
Para que serve o ensino em uma sociedade na qual a informação sobre os diferentes assuntos do mundo é apresentada em detalhes através de sofisticados meios de comunicação?
E para que serve esse ensino se poucos cidadãos dessa sociedade podem usá-la para seu bem-estar?
Os professores precisam perceber que seu papel no processo de democratização de nossa sociedade consiste em, principalmente, desenvolver uma prática pedagógica não alienante, mas conscientizadora.
Antes de concluir  este texto gostaria de transcrever para reflexão dos colegas,  o seguinte comentário de Milton Santos:
"A educação tem como objeto real armar o cidadão para uma guerra, a da competição com os demais. Sua finalidade, cada vez menos buscada e menos atingida, é a de formar gente capaz de se situar corretamente no mundo e de influir para que se aperfeiçoe a sociedade humana como um todo. A educação feita mercadoria reproduz e amplia as desigualdades, sem extirpar as mazelas da ignorância. Educação apenas para a produção setorial, educação apenas profissional, educação apenas consumista, cria, afinal, gente deseducada para a vida."( SANTOS, XXXX, pag..)
Conclusão
Primeiro, devemos perceber o homem do futuro, que queremos formar    ( educar).
Baseado no legado, deixado pelo homem do passado, individualizando a educação, respeitando as diferenças, não de forma alienada, e sim, trabalhando para um encurtamento de tais diferenças.
A mudança, ou melhor, a reestruturação na educação, passa inevitavelmente pelas mãos dos educadores. Eu diria “a verdadeira mudança”, e não aquela politiqueira, que visa o lucro pessoal, e a manutenção das classes dominantes.
Resumo - Uma Escola para o povo (Maria Teresa Nidelcoff)
A autora inicia o livro com duas questões pertinentes:
·          O que somos e o que podemos ser dentro da sociedade?
·          Nós deixamos que os outros decidam por nós ou agimos criando a escola na qual acreditamos?
Expõe que somos parte de um país e cumprimos uma função dentro dele, por isso o livro procura levar-nos a pensar e a tomar consciência de significado social e político de nossas atitudes de novos métodos e do conteúdo daquilo que ensinamos. No livro são distinguidos dois tipos de professores:
·          Professor-policial;
·          Professor-povo.
Com relação a:
1.        OBJETIVOS
Professor-policial:
- Manter a “disciplina” do grupo (alunos que obedecem sem questionar, uma disciplina puramente repressiva pelo fato de ser imposta);
- Priorização do fator intelectual (bom aluno sinônimo de boas notas);
- Cumprir sempre, tudo o que lhe for ordenado (condena a rebeldia e o espírito de luta, forma seres dóceis que sempre dizem “sim”).
Professor-povo:
- Ajudar os alunos a verem a realidade com lucidez e espírito crítico (interpretar o sentido dos fatos);
- Ajudá-los a serem livres (dos preconceitos, dos temores, das superstições, da ignorância, do egoísmo, da timidez, da opressão, da miséria; ser livre significa ser capaz de expressar-se e de expressar seu mundo, significa também ser capaz de agir, modificando esse mundo);
- Ajudá-los a aprenderem a organizarem-se (para conseguir um objetivo é importante que aqueles que estão na mesma situação se unam e se organizem).
Objetivo Central: Visão crítica da realidade (ajudar o aluno a ver a realidade de uma maneira crítica, auxiliando este a se desenvolver como ser capaz de liberar-se das estruturas opressivas da sociedade atual).
2.        CONTEÚDOS
Conteúdos que são transmitidos na escola não são neutros; expressam sempre uma ideologia e uma cultura (em geral esta ideologia e cultura são da classe dominante. Qual a postura dos professores diante deste contexto?).
Professor-policial:
- Universaliza a cultura burguesa (o professor repreende a criança que usa espontaneamente certos termos típicos de seu meio).
Professor-povo:
- Valoriza a cultura popular/a experiência (está atento para captar as manifestações da cultura popular e incentivar aquelas que sejam mais ricas e libertadoras; valoriza as expressões populares, a linguagem própria dos alunos; desmitifica a cultura burguesa como a correta, mostra que não há uma cultura e sim várias);
- Revisa os conteúdos ideológicos dos livros e textos (dá um novo enfoque, busca a verdade. Ex.: “O descobrimento do Brasil”);
- Preocupa-se com a funcionalidade dos conteúdos (busca aquilo que é útil para a vida e deixa de lado o que é inútil, ainda que seja tradicional estudá-lo).
3.        TRABALHO
Professor-policial:
- Autoritarismo (apenas o professor sabe e ensina);
- Sentido único de cima para baixo;
- Memorização;
- Dependência do professor (Ex.: a professora só tinha trabalhado algumas letras com sua turma, em uma atividade os alunos teriam que escrever algumas com as inicias das letras estudadas, um aluno já conhecia outras letras e usou palavras com estas letras. A professora disse que “não deveria usar as palavras, porque ela ainda não tinha ensinado” );
- Disciplina (o aluno tem que acatar ordens);
- Individualismo (o trabalho em grupos,quando existe, não passa de mais uma formalidade. As crianças não descobrem por que e por que trabalham em grupo.);
- Não se explora as capacidades (não se exige do aluno o  máximo de suas possibilidades.
Quando o aluno entrega um trabalho regular ou ruim, não se pede que seja refeito, para que os erros sejam superados;
- Não existe auto-avaliação (não existe nenhum esforço de auto-avaliação, de modo que a criança comece a tomar consciência de seus progressos e das dificuldades que devem vencer);
- Força-se o ritmo (o importante é cumprir o programa, avança-se de assunto em assunto, não são retomados se necessário for).
Professor-povo:
- Partir sempre da observação e análise das situações reais e concretas (captar a bagagem que os alunos trazem);
- Valorizar o verdadeiro trabalho em grupo (ensinar para o aluno que o grupo é uma unidade, todos devem participar de forma ativa e organizada);
- Disciplina não é um conjunto de normas que o aluno deve obedecer (disciplina é aquela vivida pela comunidade educativa e se expressa nas atitudes de seus membros, disciplina é sinônimo de trabalho, diálogo e respeito mútuo)
- Responsabiliza-se pela aprendizagem de cada criança (sabe que cada aluno tem seu ritmo de aprendizagem e o professor precisa respeitar este processo);
- Explorar as capacidades de cada um (exigir o máximo de rendimento, segundo a capacidade individual, ensinando-as a fazer as coisas da melhor maneira que possam);
- Ajudar os alunos perceberem que estão criando cultura (na medida em que vêem a realidade e a expressam e se expressam a si mesmo, como o seu linguajar típico, suas tradições);
- Apoiar-se numa didática que cresce de baixo para cima (não ficar preso ao livro, o professor pode desenvolver uma didática baseada na realidade de sua turma).
4.        A AVALIAÇÃO E SEUS PROBLEMAS:
A avaliação/nota precisa ser enfocada como um processo de diagnóstico para que o professor possa verificar a eficácia de seu trabalho, porém tem estado relacionada com a qualificação (bom/mal) e promoção (passar/reprovar).
Professor-policial:
- Valoriza apenas os conhecimentos (leva em conta o que o aluno conseguiu memorizar);
- Considera a avaliação um patrimônio do professor (o aluno não pode questionar sua nota/o professor não é avaliado);
- Avaliação é considerada como um fim, em si mesma (no momento que a nota é dada, tem-se a impressão de que tudo acabou, a avaliação não é um fim, mas um meio para alicerçar a próxima etapa da aprendizagem, se determinada dificuldade  não foi superada é necessário retomar o assunto ).
Professor-povo:
- Avalia como um educador, não como um transmissor de informações (valoriza as atitudes do aluno, sua dedicação, seu esmero, sua responsabilidade e não  apenas a quantidade de perguntas acertadas numa prova);
- Conduz o aluno e o grupo a uma perspectiva de auto-avaliação (em provas coloca o valor de cada questão para que o aluno possa calcular sua própria nota;
- Discutie com a turma os critérios a serem considerados na avaliação das exposições orais ou trabalho escrito;
- Respeita o ritmo de cada um (respeitar o tempo de aprendizado de aluno).
5.        RELAÇÕES COM OS PAIS DOS ALUNOS
Fala-se muito sobre a necessidade de cooperação entre pais e mestres, na prática, no entanto, as relações muitas vezes estão frequentemente longe de serem harmônicas, muitas são as razões dessa falta de entendimento, entre elas podemos citar as razões de ordem sócio-cultural ligadas à forma de interpretar a realidade social e histórica.
Professor-policial:
- Considera a escola apolítica (ele não percebe ou não quer perceber as ideologias opressoras embutidas em muitas tarefas e “ritos escolares”, na medida em que este professor não trabalha para mudar, ajuda os que querem conservar);
- Não vê os pais como companheiros de trabalho (ver mais como um inimigo que atrapalha);
- Sente que seu trabalho é um sacrifício e não é reconhecido;
- Se sente injustiçado pela responsabilidade do trabalho.
 Professor-povo:
- Tem idéias claras sobre a realidade;
- Posiciona-se frente o papel político;
- Sente-se integrante da realidade dos alunos;
- Tem definidos os valores morais, pessoais e coletivos que aspira para a nova sociedade

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